"Então, comeu kibe cru e sentiu a vida nascer. Desse dia em diante tomou gosto pela vida e só passou a comer..." (Trio Mocotó)



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Bem Amado

Ginko Biloba

Domingão, preguição, cozidão, fui ver um cinemão. Finalmente fui assistir ao Bem Amado de Guel Arraes, com Marco Nanini e grande elenco.

O filme é perfeito. Pode não ser perfeito tecnicamente, pode ser que muita gente goste e muita gente não goste, mas que o fato de ter sido lançado a algumas semanas antes das eleições e de se tratar de um político populista e uma oposição ferrenha pode abrir os olhos de muita gente, isso pode, e aí ele é perfeito.

Bom, vou começar do começo, porque tem muita gente, como eu, que não tinha visto a novela e só sabia por cima o que era a história, além de muita gente que não faz a menor idéia de quem seja Odorico Paraguaçu.


Tudo se passa na bela cidade de Sucupira, típica cidade pequena do nordeste, no início da ditadura militar, na "troca" de governo entre Janio e Jango quando o prefeito morre. O candidato da situação para substituir o prefeito é Odorico Paraguaçu, o candidato da oposição é o dono do jornal local. Como situação é situação e jornalista não tem dinheiro pra nada, é claro que Odorico vence a eleição e se torna o novo prefeito da "retombante" Sucupira.

Com discursos engraçadíssimos e que o tornaram popular ele se elege com a promessa de construir o cemitério municipal, já que na cidade nem cemitério tinha. Depois o filme continua com a incrível disputa entre um político corrupto, que enrola população com sua retórica e um opositor corrupto que publica falsas notícias para derrubar o primeiro. Segundo a oposição, os fins justificam os meios, já que "a causa é justa".


Com um ar de Auto da Compadecida, vale muito a pena, especialmente se um ar um pouco crítico passar entre o espectador e a tela e, depois, entre o espectador e a urna.

Caso esse ar crítico teime em não passar, vale a pena consultar o blog do Heródoto Barbeiro, da CBN e TV Cultura entre outros tantos veículos. Heródoto, com séculos de experiência em jornalismo sabe como poucos como apresentar um programa e comandar uma rádio durante uma manhã toda. Em Maringá a CBN é 95,5 MHz. Digo isso, mas não apenas para ouvi-lo. Em seu blog há uma sessão que é a Rádio Sucupira. Nela os discursos de Odorico (o original) são apresentados junto aos de políticos atuais. E não é que SEMPRE tem um que se encaixa no Odorico?! Vale a pena conferir e deixar esse arzinho crítico soprar.

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