Sobre a Páscoa (minhas reflexões)

caco modula

Longe de mim escrever alguma coisa anti-cristã. Longe de mim fazer uma campanha a favor da anarquia religiosa (por que não?). Longe de mim fazer uma análise negativa sobre a Igreja Católica e suas contradições. Igrejas protestantes e suas arrecadações. Igrejas e mais igrejas.

Na Semana Santa – minhas raízes católicas me permitem um breve (breve mesmo) conhecimento sobre as crenças e tradições – o convite é para a reflexão, o sacrifício, as renúncias. Tudo para lembrar o sofrimento de Jesus. Oportunidade, também, para agradecer o amor de Deus por ter nos salvado de nossos pecados.

Tudo é lindo. Na teoria. Enquanto os meros mortais fazem penitências (o que seria dos fiéis se não fossem os sacrifícios da quaresma?), o representante mor da Igreja, o papa, fala meia dúzia de bobagens em nome do celibato. Um padre excomunga meia dúzia de pessoas porque fizeram um aborto para salvar uma menina de nove anos, grávida – de gêmeos – porque sofreu abuso sexual do padrasto. Ah! O canalha não foi punido pela Igreja.

Neste tempo de mudanças, conversão e benevolência, não é preciso ir muito longe para encontrar num salão com dez ou vinte pessoas um senhor muito bem vestido falando sobre a importância de os fiéis pagarem o dízimo. A comunidade precisa da sua ajuda, diz o pastor, dois minutos antes de o teto da igreja despencar sobre o pessoal ali reunido.

Longe de mim levantar uma bandeira contra qualquer manifestação religiosa, cada um tem de ser livre para acreditar no que e como quiser (eu tenho cá minhas crenças também), mas, se estamos no tempo de fazer reflexões e de agradecer a Deus por ter nos salvado de nossos pecados, quero propor uma reflexão: quem é que vai nos salvar dessas pessoas que se fazem líderes religiosas, pregam o bem comum, mas não conseguem enxergar dois centímetros além do próprio umbigo?

Acho que o jeito é partir pro apelo comercial da época, comprar um monte de chocolates e comer até ficar com a cara cheia de espinhas – e ganhar alguns quilinhos.

Começa assim, depois piora!

Por hoje é só.