Será que o Lula é mesmo corinthiano?

ginko biloba

Vou começar este com duas verdades incontestáveis:

1ª O nosso excelentíssimo presidente Luís Inácio Lula da Silva torce para o Sport Clube Corinthians.

2ª A Câmara dos Deputados aprovou esta semana a criação da Contribuição Social da Saúde, a nova CPMF.

Aí, você, caro leitor me pergunta o que uma coisa tem a ver com a outra? O que é que o Brasil tem a ver com o Corinthians? O que é que o Mano Menezes tem em comum com o Presidente Lula? O que a gente tem a ver com a chamada nação corinthiana?

O fato é que no ano passado o chamado Timão (que é chamado assim devido ao timão de barco que há em seu emblema, nada a ver com aumentativo de time!) viveu a maior crise de sua história. Poucos anos antes, o clube havia aceitado a parceria com um fundo de investimentos internacional, cujo maior participante era acusado de lavagem de dinheiro e de tráfico de drogas, entre coisas.

A partir daí, o time parecia imbatível. Contratou jogadores espetaculares com salários dignos de grandes times europeus. Entre tantas façanhas foi campeão Brasileiro. Mas tudo começou a degringolar quando conseguiram fazer um atleta argentino ser eleito o melhor jogador do campeonato brasileiro.

Depois disso, o time vendeu os jogadores super-valorizados, manteve o presidente corrupto de sempre, a parceria com o dono da lavanderia... Resultado, um Campeonato Paulista horrível, um Campeonato Brasileiro tão ruim como nunca havia jogado e foi rebaixado para a segunda divisão do futebol nacional.

No ano passado o Senado brasileiro derrubou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, tributo criado para ajudar a financiar a saúde. Os motivos podem ter sido os mais variados. Pirraça, picuinha, medida eleitoreira ou até mesmo verdadeira intenção de baixar a carga tributária. A verdade é que ela foi derrubada, mesmo contra a vontade da base aliada.

O Governo dizia que nunca poderia se recuperar de um golpe que levaria do Estado a quantia de R$ 40 bilhões. O que aconteceu depois todo mundo viu e ouviu! O Brasil nunca arrecadou tanto. Nos primeiros meses de 2008 a arrecadação já havia superado aqueles R$ 40 bilhões que viriam em um ano, segundo o Governo.

Mas se a população paga um imposto a menos e a arrecadação nunca foi tão alta, por que é que o Governo precisa de mais um imposto para a saúde?

Pelo mesmo motivo que faz os serviços públicos serem tão precários e a concorrência por cargos públicos tão alta. Os custos da máquina pública, também conhecidos como os altos salários dos funcionários. Será que podemos comparar estes salários com o de servidores públicos europeus? OPS! Seria esta uma semelhança entre o Governo e o Corinthians campeão Brasileiro?

A desculpa do governo é que a arrecadação superior ao previsto não pode ser destinada à saúde. A saúde não tem provisão de verba a partir desta fonte. Ou seja, sem uma nova contribuição, não tem de onde tirar dinheiro para ela. Mas e o dinheiro que sobra? Ah! Este sobra, ué!

Talvez a oposição devesse rejeitar mesmo a criação desta nova contribuição e fazer a saúde ser rebaixada também! Quem sabe, com um susto desse o Brasil crie vergonha na cara, como fizeram os cartolas do Corinthians e comecem a agir como se deve. Contratando jogadores com salários mais baixos, técnicos melhores, dirigentes mais competentes e comprometidos. Talvez este seja um mal necessário para que o nosso país possa nos orgulhar novamente e fazer belas campanhas, como vem fazendo o timão!

Se não, que, pelo menos, São Jorge nos proteja!