"Então, comeu kibe cru e sentiu a vida nascer. Desse dia em diante tomou gosto pela vida e só passou a comer..." (Trio Mocotó)



quarta-feira, 23 de abril de 2008

Caso Isabela: os últimos capítulos

caco modula

Um caso para se pensar. Pai e madrasta são acusados de matar garotinha de 5 anos. O crime é chocante e a frieza com que foi executado deixa todos de cabelos em pé. O país todo tem acompanhado a reta final das investigações que vão desvendar o mistério da morte de Isabela. Aliás, o país todo só tem acompanhado essa história nos últimos dias. Em todos os lugares só se fala disso. Na tevê, no rádio, no jornal, na internet.

A morte da garotinha sorridente se tornou um grande espetáculo para a mídia. E não se trata somente da imprensa sensacionalista. O caso tem dado índices elevados de audiência em telejornais conceituados, no horário nobre, em todos os canais de televisão. E nós vamos acompanhando a história como se assistíssemos aos últimos capítulos de uma novela. Torcemos. Esperamos. Sofremos.

E já nos preparamos para esquecer os protagonistas da trama, porque em breve uma nova novela terá início. É sempre assim. A imprensa trata exaustivamente de um assunto até perceber que o público se cansou, aí, é hora de mudar o foco, trocar o elenco e começar uma nova história. E nós esquecemos do que vimos duas, três semanas atrás.

Esquecemos também de prestar atenção na qualidade do que vemos. Enquanto muito se fala sobre imparcialidade na imprensa, podemos ver comentaristas e apresentadores de telejornais dando opiniões abertamente, nos induzindo a pensar da forma como querem que façamos. Isso sim é uma vergonha.

Por isso, na minha opinião, o melhor a fazer quando quiser acompanhar uma história de assassinato tão espetacular, é ler um livro, ver um filme ou quem saber até buscar diversão em jogos de computador, afinal, telejornais não deveriam ser programas para a dramaturgia, mas para noticiar os fatos do dia-a-dia, respeitando o interesse social e os limites do bom senso.

12 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Muito bom o artigo do Caco. Gostei muito! Me identifiquei com o texto, afinal tenho torcido para o desfecho do caso.

Anônimo disse...

Eu penso que isso foi o que a midia precisava para aquecer os telejornais, o crime foi barbaro e pessoas estão fazendo deste problema não só no nosso país mas no mundo uma forma de ganhar dinheiro, na verdade casos como estes deviam ter o desprezo da midia e só cobrir o final, isso comove assusta todos os brasileiros

Anônimo disse...

O que vejo neste caso em específico é que o circo está armado, a imprensa explora a cada dia e cada vez mais o fato. Não há respeito a família, aos que sofrem com a perda. O sensacionalismo é tanto que pode-se comparar a cobertura feita pelos veículos de comunicação com o caso Escola e está havendo toda uma manipulação, por exemplo, no começo Ana Carolina Jatobã era a mulher de Alexandre Nardoni e agora é madrasta, justamente para dar a entender que é uma pessoa má. A preocupação das pessoas em seguir essa novela acontece, infelizmente, devido a cultura brasileira, de se preocupar com a vida dos outros e a julgar os outros e esquecem das próprias vidas...o condenado de hoje pode ser você e julgamentos podem ser preciptados e levianos...o melhor é deixar a justiça, lenta, cuidar disso.

Luis Amaral disse...

Entendo que no casa Isabela, a imprensa em geral já ultrapassou todos os limites. Não que o caso não mereça a atenção de todos, mais fazer de um drama a única forma de venda ai já é demais. Da forma em que o caso esta sendo conduzido pela imprensa, as pessoas de um modo geral se acham no direito de serem peritos, delegados, promotores, juízes. Acho que deveríamos deixar as autoridades trabalharem para solucionar o caso e punir rigorosamente os culpados.

Anônimo disse...

Nardoni vai virar marca de cerveja. Podem apostar!

Amauri Martineli disse...

Às favas toda essa história. Mesmo não querendo acompanhar o caso sempre tem um Jeca te lembrando. É o fim-da-picada! "Você viu o que passou ontem no jornal do caso? "Não vi, não quero ver e tenho raiva de quem viu. Passe bem!" Oras bolas. O Custela disse certo com esse texto tão bem escrito. Não tomemos partido! Vamos assistir um bom filme ou navegar na internet. Beijos, abraços e quejandos...

Amanda Medeiros disse...

Também ando cansada de ter acesso ao excesso de informação que a mídia nos lança...mas acho que as vezes tem faltado atitude de cada um de nos, de simplesmente desligar a tv, virar a página do jornal e seguir nossas vidas. Isso nao é ser indiferente ao caso, mas é deixar para a polícia o trabalho que só cabe a ela. Afinal´, como diz o artigo, isso não é novela para que haja telespectadores.
Vamos falar do padre...cadê ele?
Rárá

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

o caso é péssimo, horroroso, pavoroso, concordo com todos os q são dessa opinião, mas não somos tbm hipócritas por darmos valor excessivo à ele??? Qro dizer... existem tantos outros casos de igual ou maior barbaridade (nem sei se esse é o termo), q sequer possuem espaço na mídia, ou seja, não acredito os telespectadores como fantoches, engolindo td o q tá nã tv, acredito nas pessoas como seres pensantes q tem a capacidade sim, de mudar de canal, de ler um livro, de brincar com seus filhos e tantas outras coisas...
Agora deixando o sensacionalismo do caso "Isabela" um pouco de lado, qro me atentar a uma parte do texto q diz sobre a não neutralidade dos jornalistas em notícias como essa. Nós das ciências sociais discutimos muito sobre essa questão. Afinal de contas, é possível a separação do sujeito-objeto?? Como haver neutralidade em comentar fatos que por si só já não são simplesmente fatos?? Mesmo pq há toda uma carga simbólica por detrás deles, e não são os jornalistas q as impõem. Caso pra se pensar...
ahhh: EU AMO O CACO!!!

Anônimo disse...

Esse assunto está que um caco só.

Entenderam o trocadilho?

Leila Kelly de Oliveira disse...

Eu acho incrivel como o ser humano gosta de desgraça, ainda mais a alheia. Desde que ví, pela primeira, vez pessoas reunidas em massa seguindo os passos do casal e familia Nardoni, só me veio uma coisa na cabeça: eles não querem justiça, não sabem oq é justiça. O que eles, de fato, querem é tripudiar da desgraça alheia, independente de culpados e inocentes.