"Então, comeu kibe cru e sentiu a vida nascer. Desse dia em diante tomou gosto pela vida e só passou a comer..." (Trio Mocotó)



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O que você vai contar pros seus netos?

Ginko Biloba

Pra quem acha que pe propaganda velha da Skol, está enganado! Claro que ela gera grandes histórias mas esse post não tem nada a ver com isso.

Já faz algum tempo que vinha refletindo, que histórias será que minha prima conta para o filhinho dela? E aquele amigo que teve filho? E aquela amiga que engravidou? Como as crianças estão crescendo hoje?

Acho que comecei a pensar isso quando estava mudando de casa e encontrei alguns livros infantis em casa. Aí lembrei de várias histórias que ouvia, que "lia" e que eram lidas pra mim. Eram várias e, na minha época, é claro que conheci a versão de Walter Disney dos contos de fada.

Uma vez, passeando por uma livraria, comprei um livro que achei muito massa. Era uma análise semiótica sobre Pinóquio. Não vou me estender aqui porque quero ser mais abrangente que o Pinóquio, mas foi um Pinóquio que eu tinha lido ou ouvido falar! Claro que a história era basicamente (bem basicamente) a mesma, mas os detalhes eram muito impressionantes. Isso somado ao fato de sempre ter gostado de crianças e de não saber o que se conta hoje me fez pensar no que vou contar para os meus filhos, e resolvi relembrar os outros contos, então comprei um livro que prometia ser o melhor de todos.

O livro em questão é CONTOS DE FADAS, de Perrault, Grimm, Andersen e outros – Editora Zahar e apresentação de Ana Maria Machado.

A apresentação de Ana Maria Machado coloca que os contos estavam se perdendo, tendo suas histórias distorcidas etc, então ela sentiu a necessidade de buscar os originais ou a versão mais próxima disso, quando os contos não fossem escritos, apenas contados. São as histórias mais famosas e todos conhecem ao menos algumas:

De Charles Perrault tem Cinderela, Pele de Asno, O Gato de Botas, O Peuqeno Polegar, Chapeuzinho Vermelho e Barba Azul.

De Jeanne-Marie Leprince de Beaumont tem A Bela e a Fera.

Dos irmãos Grimm estão lá, A Bela Adormecida, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria.

De Hans Christian Andersen estão A roupa nova do imperador, O Patinho Feio, A pequena vendedora de fósforos, A Pequena Sereia e A princesa e ervilha.

De Joseph Jacobs, João e o pé de feijão e Os três porquinhos, além de A história dos três ursos, de autor desconhecido e não atribuída ou reclamada por nenhum dos anteriores.

Bom, depois dessa apresentação, pela qual muitos perceberam que conhecem mesmo as histórias, e, quem for mais ou menos da minha idade, conhecem também ou apenas a versão da Walt Disney, eu trago a minha opinião.

Não sei o motivo. Pode ser por ter conhecido a versão lúdica da Disney primeiro, por ter uma versão "fantasiada" de quando era criança, de ter assistido em forma de desenho animado ao invés de ler... não sei mesmo, mas não gostei. Acho válido conhecer uma versão não tão fofinha e perceber que alguns deles não terminam tão bem quanto se pensa (alguns não vivem felizes para sempre, outros até morrem!), além de reforçarem a submissão da mulher ao homem e outros valores que eram propagados à "época do original".

Algumas coisas que o tio Walter não contou:

  • O pai da Cinderela ligava mais pra segunda esposa do que pra própria filha
  • Na versão de Perrault, a Chapeuzinho vermelho não foi salva pelo caçador
  • A Fera fez a família da Bela pensar que ela estava morta
  • A bruxa da Bela Adormecida só fez o que fez porque não foi convidade para o batizado da princesa
  • A Branca de Neve não aocrdou com o beijo do Príncipe Encantado!!! Ela acordou quando os lacaios do príncipe derrubaram o caixão de vidro e ela "desengasgou" do pedaço de maça envenanada! (essa pra mim foi a maior distorção de todas)
  • Rapunzel (naquela época) engravidou do Príncipe antes de casar (essa juventude está perdida mesmo!)
  • A Pequena Sereia abriu mão do Príncipe
  • João do pé de feijão era um ladraozinho sem vergonha e o Ogro (ou gigante) comia crianças, mas foi vítima de diversos furtos do larápio
  • Os porquinhos das casas de palha e tojo (nem madeira não era!) morreram comidos pelo lobo!
  • A Sem-teto da Caxinhos dourados comeu o mingau, quebrou a cadeira e dormiu na cama do urso pequeno, deixou ele com fome, sem cadeira e de cama desarrumada e ainda fugiu!

Depois dessa já sei o que vou contar para os meus filhos.

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