"Então, comeu kibe cru e sentiu a vida nascer. Desse dia em diante tomou gosto pela vida e só passou a comer..." (Trio Mocotó)



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Crepúsculo: o marketing que deu certo (apesar da história errada)

caco modula

Aos 13 anos, minha prima é apaixonada pelo tal de Edward Cullen. Tem os livros, viu os filmes, coleciona pôsteres e revistas. Ela é uma entre milhares, milhões de adolescentes enfeitiçadas por uma magia das mais arrebatadoras: a magia do marketing. Sim, porque a Saga Crepúsculo nada mais é do que um produto comercial que deu certo.

Bella Swan é uma garota prestes a completar 18 anos. Tem todos os medos e inseguranças que as adolescentes enfrentam. Todos juntos. Marketing.

Edward Cullen é um vampiro centenário, com rostinho de 18 anos. Tem todas as qualidades de um nobre cavalheiro. E é virgem. Marketing.

Jacob Black é um jovem lobisomem. Tem um espírito rebelde e aventureiro que causa repulsa a algumas leitoras e desperta o desinteresse em outras. Polêmico. Marketing.

Basicamente esses são os três protagonistas da série de Stephenie Meyer. Eles vivem romances cansativos, diálogos chatos e pobres, cheios de detalhes irrelevantes, com prolongamento desnecessário das cenas. E tudo isso durante quatro longos livros. Juntando todos não dariam um só. Mas resolvi ler todos, afinal, como poderia dizer “não gosto” sem de fato não gostar?

Não vou me ater demais ao fato de que os conceitos de vampiros e lobisomens são totalmente deturpados na história. Nem quero tentar explicar como é que uma garota de 18 anos, estabanada, insegura, cheia de incertezas, consegue atrair um vampiro de cento e poucos anos apenas pelo olhar, no pior melhor estilo amor à primeira vista.

O vampiro sem graça e a adolescentezinha irritante se casam, o lobisomem mantém uma amizade conturbada com os dois. E por aí vai. Ainda humana, Bella Swan engravida do vampiro. Ela quer ter o filho. Logo depois de dar à luz a aberração, a protagonista fica à beira da morte, mas o vampiro bonzinho a transforma em vampira boazinha. Mas não, ele não a morde, não suga seu sangue. Em vez disso, injeta o veneno vampiresco no coração da amada com uma seringa. Simpático, não?

A criança cresce rapidamente, e os vampiros mais poderosos do mundo, de um clã que vive na Itália, ficam sabendo da existência da bebzinha e vão até Forks para matá-la. Os Cullen reúnem um grupo enorme de vampiros para impedir a morte. Você tem a impressão de que será a batalha mais sangrenta de todos os tempos, cheia de vampiros com poderes extraordinários e tudo mais.

E o que acontece? Nada. Absolutamente nada. Eles conversam, resolvem os problemas e só. É claro que esperar pela batalha do século foi ingenuidade de minha parte, afinal, foram quatro livros de muita chatice que não seria compensada em alguns capítulos.

Com uma narrativa que beira o amadorismo, personagens inconsistentes e um sentimentalismo barato que enjoa, a Saga Crepúsculo não passa de um produto publicitário que conseguiu utilizar a linguagem certa para o público certo. E enquanto eu estou aqui, escrevendo que a história é ruim, a Stepehnie Meyer está nadando em dinheiro. Chato isso, não?




2 comentários:

Finito Vampirinho disse...

Seu chato! Eu já encomendei os quatro livros, que paguei 50 reais cada um (capa dourada, edição de luxo, autografada pelo vampiro mais lindo, com direito ao cheirinho do seu bafo).
Mas agora não vou ler, só porque você estragou tudo. Seu estraga-paixões.

Amanda disse...

Pois eu li o primeiro e que todos saibam: ganehi do autor do texto huahuahua, mas agora que já sei como tudo termina, não quero mais saber desta saga!