"Então, comeu kibe cru e sentiu a vida nascer. Desse dia em diante tomou gosto pela vida e só passou a comer..." (Trio Mocotó)



quinta-feira, 9 de julho de 2009

Indústria cultural o quê?

caco modula

A velha discussão sobre a indústria cultural, que tanto me intrigou nos tempos de faculdade, hoje me parece um tanto quanto irrelevante. Popularizar a arte erudita ou deixá-la para as elites?

Cada vez mais os meios de comunicação têm transformado a cultura erudita em manifestações populares, aproximando o grande público de artistas que só eram conhecidos pelos mais ricos.

Agora, a Globo está exibindo a minissérie Som e Fúria, que tem a intenção de popularizar as obras de William Shakespeare. Ainda é cedo para dizer, pois foram ao ar apenas dois episódios, mas o programa parece bem bacaninha.

Um elenco de primeira, com Pedro Paulo Rangel, Andréa Beltrão, Daniel Oliveira, Regina Casé e muitos outros bons atores. A volta de Felipe Camargo à telinha. Diálogos que beiram a loucura. Tudo no melhor estilo pop para aproximar da grande massa um dos maiores escritores da história do mundo. Pena que a minissérie é exibida muito tarde.

Antes as argumentações sobre a popularização da cultura erudita me pareciam o auge dos debates acadêmicos. A cultura de massa fere o real valor das obras clássicas? Ou: garantir acesso apenas à elite não é o mesmo que privar o grande público das melhores manifestações artísticas?

Agora, pensando nas teorias da comunicação, percebo que não há volta. A massificação da cultura erudita está cada vez mais viva e acessível. Tá aí a internete que não me deixa mentir. Ao mesmo tempo, só tem acesso quem realmente quer, quem se interessa. E essa conversa não muda nada. A vida segue. A roubalheira na política continua, a segurança ainda é um sonho. Eu preciso trabalhar, você também. Enfim...

O que me motivou a escrever isso tudo foi uma lembrança dos tempos de faculdade, que não presenciei, mas quem me contou é fonte quentíssima. Vou resumir a história: durante uma dessas discussões sobre a indústria cultural, os apocalípticos e os integrados, o fim da arte erudita e todas essas coisas, o caloroso debate é interrompido por uma mão levantada no meio da sala. “Professora, onde fica a sede da indústria cultural?”

Eu ri quando ouvi. Eu rio quando conto pra alguém. Até hoje.

Começa assim, depois piora!

Por hoje é só.

Um comentário:

Amama disse...

Há...esta nao fui eu!
adoro!!!
faculdade é mara!
saudade